Após quase três anos de disputas relacionadas a patentes, OPPO e Nokia anunciaram nesta quarta-feira (24) que chegaram a um acordo, assinando um contrato global de licenciamento cruzado (em que ambas compartilham tecnologias patenteadas uma com a outra). Com o fim das negociações, todos os processos judiciais serão encerrados, o que permitiria o retorno das operações da OPPO em países nos quais a marca optou por sair, além do possível lançamento global de modelos até então exclusivos da China, como a linha Find X7.
Os termos do acordo são sigilosos, segundo decisão de ambas as empresas, ainda que alguns detalhes das negociações foram revelados. Além do licenciamento, a OPPO pagará os royalties referentes ao período em que teria utilizado as tecnologias patenteadas pela Nokia sem permissão, enquanto as disputas vigentes em todas as jurisdições — incluindo na Europa, Ásia e Austrália — serão discutidas e finalizadas.
“Estamos felizes de compartilhar que a OPPO estabeleceu um acordo global de licenciamento cruzado com a Nokia, cobrindo patentes essenciais do padrão 5G e outras tecnologias vitais de comunicação. Esse acordo também vai resolver todas as litigações [os processos judiciais] pendentes em todas as jurisdições”, disse o Gerente de Propriedade Intelectual (CIPO) da OPPO, Feng Ying, que destacou ainda como ambas devem colaborar no “futuro das tecnologias 5G” agora que o licenciamento cruzado foi estabelecido.
Iniciado em 2021, os conflitos entre as gigantes trouxeram problemas para a OPPO em todo o mundo, levando à simplificação das operações em países como a França. Outras marcas do grupo BBK, do qual a fabricante faz parte, também foram afetadas, incluindo a Realme, que acabou encerrando por completo sua presença na Alemanha. Diante do entendimento, espera-se que essas operações sejam retomadas.
Especula-se também que a resolução pode incentivar a fabricante chinesa a expandir a disponibilidade de alguns dos seus aparelhos recentes, como a família Find X7, elogiada pela performance e pelo conjunto de câmeras — a geração anterior foi mantida como exclusividade da China, e acredita-se que as disputas judiciais, especialmente em território europeu, possam ter sido um dos fatores por trás da decisão.
Fonte: Canaltech