Maior mercado farmacêutico do mundo, os Estados Unidos, rende-se ao talento cearense. É que o Grupo Evidence, controlador da Evidence – Farmácia com Manipulação, conseguiu a patente do Biolipídeo. “Um avanço pioneiro do Brasil na terapêutica de reposição hormonal por via transdérmica”, explica a farmacêutica Dinalva Queiroz, cap da Evidence e à frente das pesquisas e conquista da patente.
ROBERTA FONTELLES PHILOMENO – O que significa para o Brasil conseguir a patente do Biolipídeo, nos Estados Unidos?
DINALVA QUEIROZ – Além de melhorar o desempenho do Brasil no Ranking Mundial de Patentes, a deferência do nosso pedido de patente (Grupo Evidence – Biolipídeo) significa um avanço pioneiro do Brasil na terapêutica de reposição hormonal por via transdérmica. Conseguimos demonstrar que o Biolipídeo, além de ser seguro e eficaz como escolha terapêutica para reposição hormonal, é uma invenção autêntica, capaz de promover resultados terapêuticos positivos.
RFP – Como foram as pesquisas até a aprovação da patente?
DQ – As pesquisas e o desenvolvimento do Biolipídeo nasceram em meados de 2001, quando eu e meu sócio Elber Bezerra de Menezes percebemos a necessidade mercadológica da indústria farmacêutica em desenvolver produtos que respeitassem a fisiologia e as particularidades metabólicas de cada indivíduo. Nesse meio tempo, as atividades de pesquisa e desenvolvimento entraram em ebulição e muito foi feito. E agora, em meados de outubro de 2016, o maior mercado farmacêutico do mundo se rendeu ao nosso produto de patente.
RFP – Para que serve o produto?
DQ – O Biolipídeo é um veículo nanoestruturado transdérmico com comprovada ação e segurança no delivery (entrega) de insumos farmacêuticos (hormônios, entre outros ) através da pele.
RFP – Em quais casos é aplicado?
DQ – Atualmente, a sua maior aplicação vem sendo na administração transdérmica de hormônios, analgésicos, anti-inflamatórios e na cosmetologia com a otimização e reparo da hidratação, nutrição e rejuvenescimento da pele.
RFP – Como os ativos são absorvidos pela pele?
DQ – O produto é aplicado sobre a pele e as nanopartículas são inicialmente permeadas através do estrato córneo e seguidamente pela epiderme e derme por um sistema de liberação gradual e contínuo, onde ganham a circulação sistêmica e se acoplam ao seu receptor na célula e vão exercer sua ação terapêutica.
RFP – O processo difere muito da absorção oral?
DQ – Na administração pela via oral o princípio ativo é, inicialmente, biotransformado no fígado para depois se tornar disponível para sua ação terapêutica. Na biotransformação, alguns fármacos sofrem perda de atividade e geram uma série de efeitos colaterais. Já na via transdérmica, o fármaco não sofre metabolismo de primeira passagem hepática e logo que permeado, através da pele, fica disponível para exercer a sua ação terapêutica.
Fonte: O Povo