Datafolha aponta que 26% do mercado de cigarros no AC é de marcas ilegais

Ao menos 26% do mercado de cigarros no Acre comercializa marcas ilegais e, consequentemente, vende produtos contrabandeados. O dado é do levantamento do Instituto Datafolha sobre as altas taxas de imposto e o favorecimento do contrabando.

Números da Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC) mostram que foram apreendidos, até novembro, mais de 14 mil pacotes de cigarro nas rodovias acreanas.

A pesquisa, encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) em parceria com o Fórum Nacional Contra à Pirataria e Ilegalidade (FNCP), mostra que o comércio ilegal de produtos favorece a criminalidade e o crescimento da violência. Dos entrevistados no levantamento, 79%  afirmaram conhecer as consequências do comércio ilegal.

O inspetor chefe da PRF-AC, Nelis Newton, contou ao G1 que 14.028 mil pacotes de cigarro foram apreendidos durante abordagens nas rodovias do Acre até novembro deste ano.

Ao todo, a polícia contabiliza 13 apreensões. Já no ano anterior, ocorreram 21 apreensões que resultaram em 38.981 pacotes de cigarros apreendidos.

“Não temos um trabalho específico só de combate ao contrabando de cigarro. Os veículos são abordados, às vezes é por infração de trânsito, tráfico de drogas, em decorrente dos trabalhos de fiscalização durante os dias”, relatou.

Newton detalhou ainda que todos os materiais apreendidos nas rodovias acreanas têm origem na Bolívia, país que faz fronteira com o Acre. Sobre o número de pessoas presas, o inspetor afirmou que não seria possível especificar, no momento, pois há ocorrências em que mais de uma pessoa é presa ou os suspeitos conseguem fugir da polícia, abandonando apenas o produto no veículo.

Acisa
Sobre os números da pesquisa, o presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa-AC), Celestino Bento, questionou o número divulgado e acredita que contrabando no estado seja bem maior devido à fronteira ser aberta.

“Com essa fronteira escancarada, não tenho dúvidas que o número é muito maior. Acho que o que é legal está dentro desse número de 26%. Os maiores contrabandos nossos são justamente de cigarros e bebidas, que tem o custo elevado no país”, afirmou.

Bento disse ainda não apoiar os comerciantes que vendem produtos ilegais.”O comércio é livre e cada um sabe o que está fazendo, mas não damos muito crédito para aqueles que fazem algo errado. A gente tenta contribuir com as pessoas que andam correto”, concluiu.

Fonte: G1


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