A quantidade de apreensões de cigarros contrabandeados tem surpreendido a Polícia Rodoviária na região de Sorocaba (SP). Somente no mês de setembro, três grandes apreensões foram registradas, com mais de 1,5 milhão de maços interceptados. De acordo com a Receita Federal, durante todo o ano passado, foram apreendidos 1, 777 bilhão de maços em fiscalizações por todo o Brasil e, até o momento, o número já chega a 1, 793 bilhão, um crescimento de 16 milhões.
Em um dos casos, em Araçoiaba da Serra (SP), foram apreendidas 900 caixas com material contrabandeado na Rodovia Raposo Tavares. A carga clandestina estava escondida em uma carreta que vinha de Foz do Iguaçu.
Na semana passada, na Raposo Tavares em Sorocaba, foram localizadas cerca de 900 caixas. O material vinha do Paraná e seria entregue em São Paulo. Pedaços de madeira foram usados para esconder os cigarros. No início deste mês, 470 mil maços estavam em duas carretas que vinham do Paraguai e seguiam para São Paulo. A apreensão também ocorreu na Raposo Tavares, no quilômetro 115, em Araçoiaba da Serra.
Rota do contrabando
Policiais apuram com frequência informações do setor de inteligência da Polícia Militar e procuram caminhões que trazem – principalmente – drogas, armas, remédios e cigarros contrabandeados de países vizinhos como o Paraguai. Ônibus também são vistoriados.
“Os ônibus têm uma facilidade muito grande no caso do embarque de passageiros. Diferentemente do que acontece em aeroportos, onde há várias pessoas vistoriando quem entra, com equipamentos, nenhuma rodoviária tem essa condição no Brasil”, disse o tenente de Polícia Militar Rodoviária, Dene Ben.
Prejudicial à saúde
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é a maior causa de morte evitável em todo o mundo. O problema é ainda maior com produtos clandestinos, fabricados sem nenhum controle e transportados de maneira ilegal, como reafirma o oncologista clínico Carlos Ribeiro de Moura.
“O cigarro é nocivo porque várias substâncias são usadas para tratar a folha do tabaco para que ela possa ser industrializada e se tornar o cigarro. Agora, quando não há controle nenhum, temos muitos metais pesados adicionados para preservar essa folha. Além disso, não tendo controle, você encontra pêlos de animais, pedaços de insetos, bactérias, fungos. Quem fuma esse tipo de cigarro ficará doente de forma mais breve”, afirma.
Segundo o médico, o cigarro clandestino pode ter 30% mais quantidade de nicotina que um cigarro fabricado dentro das normas da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Fonte: G1